sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Energia e Desenvolvimento da Amazônia


Nos anos 60-70 o Brasil definiu seu modelo para geração de energia e a priorização da hidroeletricidade como principal fonte geradora, desencadeou a construção de várias barragens que deram ao país uma matriz com cerca de 91% de energia hidráulica.

Para a Amazônia, em razão do grande potencial representado pela maior rede hidrográfica do Planeta, foram projetados inúmeros reservatórios mas apenas cinco estão em operação, sendo um de grande porte (Tucuruí) e os demais de média e pequena capacidade geradora (Curuá-Una, Coaraci Nunes, Samuel e Balbina).

A região amazônica é rica em fontes naturais de energéticos tanto físicos como biológicos que podem atender tanto o "mercado concentrado" como o "mercado disperso". A energia solar é abundante durante todo o ano atingindo a média de 493 calorias/cm²/dia; há importantes jazidas de ventos na região litorânea do Amapá, Pará, Maranhão e provavelmente nas áreas montanhosas; muitos rios e igarapés da bacia de drenagem podem ser aproveitados em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs); e todos os milhares de cursos de água possuem correnteza ou corredeiras que podem ser aproveitadas para geração de pequenas, mas suficientes, quantidades de energia, utilizando as denominadas rodas d'água.

O aproveitamento de fontes alternativas de energia na Amazônia é um imperativo da racionalidade. Além de corrigir ou pelo menos melhorar a distorção inaceitável associada à distribuição de bens e serviços na região, essa iniciativa ainda poderia levar à essas comunidades interioranas, alguns direitos e benefícios básicos como água potável, conservação de alimentos vacinas e medicamentos, melhoria do nível de saúde, possibilidade de comunicação e principalmente, cidadania. Essa elevação do nível de vida decorrente da oferta de energia ainda pode gerar emprego, renda e disponibilizar para pessoas tão isoladas, os programas de educação à distância que são produzidos no Brasil pelo governo e pela iniciativa privada. E se esses direitos e benefícios ao "Homo sapiens amazonicus " não forem capazes de sensibilizar o "Homo economicus brasiliensis", resta ainda o argumento de que usar fontes renováveis diminui os gastos do país com a compra de petróleo no exterior.



http://www.comciencia.br/reportagens/amazonia/amaz16.htm




Um comentário: